A história de Warcraft – Capítulo I: Mitos – Parte 2


A Guerra dos Antigos

Dez mil anos antes de Warcraft I

O uso indiscriminado da magia pelos altaneiros fez irradiar da Nascente da Eternidade ondas de energia que se espiralaram em direção à Grande Treva Infinita, e tal fluxo foi sentido por mentes alienígenas perversas. Sargeras– o Grande Inimigo de toda a vida, o Destruidor de Mundos – sentiu essa irradiação poderosa, o que o atraiu ao distante ponto de origem da fonte de poder. Ao observar o mundo primitivo de Azeroth e perceber a energia ilimitada da Nascente da Eternidade, Sargeras foi consumido por voracidade insaciável. O grande deus sombrio do Vazio Inominável decidiu destruir o jovem mundo e reclamar sua energia para si.

Assim, uma inocente Azeroth se tornou alvo de Sargeras e sua vasta Legião Ardente, composta de um milhão de demônios urrantes saídos de todos os recantos do universo, sedentos de conquistas. Arquimonde, o Corruptor, e Mannoroth, o Destruidor, ambos tenentes de Sargeras, prepararam seus lacaios infernais para o ataque.

A Rainha Azshara, extasiada pela própria magia, se tornou vítima do poder inegável de Sargeras e concordou em lhe conceder acesso a Azeroth. Até mesmo seus servos altaneiros cederam à inexorável corrupção da magia e passaram a adorar Sargeras como deus. Para demonstrar lealdade à Legião, os altaneiros ajudaram a rainha a abrir um imenso portal em turbilhão nas profundezas da Nascente da Eternidade.

Após os preparativos iniciais, Sargeras lançou uma catastrófica invasão a Azeroth. Os demônios guerreiros da Legião Ardente irromperam no mundo pela Nascente da Eternidade e cercaram as cidades noctiélficas ainda adormecidas. Liderada por Arquimonde e Mannoroth, a Legião varreu as terras de Kalimdor, deixando em seu rastro apenas desolação e cinzas. Os bruxos demoníacos evocaram infernais abrasadores que descenderam dos céus qual meteoros avernosos sobre as graciosas torres dos templos de Kalimdor. Fileiras de demonarcas, assassinos sedentos de sangue, marcharam sobre os campos de Azeroth e esmagaram quem se pusesse em seu caminho. Bandos de demoníacos canisvis selvagens arrasaram os campos livremente. Diante do cenário devastador, os corajosos guerreiros Kaldorei, malgrado todos os esforços de defesa da terra natal, foram forçados, passo a passo, a ceder perante a carnificina da Legião.

Coube a Malfurion Tempesfúria encontrar ajuda para seu povo sitiado. Mesmo sendo o próprio irmão, Illidan, um praticante das artes dos altaneiros, Malfurion enfureceu-se com a crescente corrupção que se espraiava por entre as classes superiores. Após convencer Illidan a abandonar os perigos dessa obsessão, o elfo noturno partiu ao encontro de Cenarius na tentativa de elaborar uma resistência. A bela e jovem sacerdotisa Tyrande concordou em acompanhar os irmãos em nome de Eluna. Embora ambos compartilhassem uma paixão pela sacerdotisa, o coração de Tyrande pertencia somente a Malfurion. Illidan ressentiu-se do romance que florescia entre o casal, mas a dor em seu coração não se comparava à dor da abstinência de magia.

Illidan, que se tornara dependente das energias fortalecedoras da magia, lutava para manter sob controle a sede pelo poder da Nascente da Eternidade. Com a ajuda paciente de Tyrande, no entanto, ele conseguiu se abster e ajudar o irmão a encontrar o semideus recluso Cenarius. Então habitando as sagradas Clareiras da Lua, no distante Monte Hyjal, Cenarius concordou em ajudar os elfos noturnos a encontrar os dragões ancestrais e clamar por socorro. Os dragões, liderados pela leviatã vermelha Alexstrasza, concordaram em enviar as poderosas revoadas para fazer frente aos demônios e seus mestres infernais.

Invocando os espíritos da floresta encantada, Cenarius arregimentou um exército de homens-árvore ancestrais, conhecidos como ancientes, e os liderou no confronto com a Legião numa ousada investida. As forças aliadas convergiram ao templo de Azshara e à Nascente da Eternidade, e a guerra eclodiu. Apesar da força dos novos aliados, Malfurion e seus irmãos de armas perceberam que a potência bélica não bastaria para derrotar a Legião.

Enquanto a batalha feroz se estendia por toda a capital de Azshara, a delirante rainha esperava ansiosa a chegada de Sargeras. O senhor da Legião se preparava para atravessar a Nascente da Eternidade e lançar-se sobre o mundo assolado pela guerra. Quando a descomunal sombra do demônio se aproximou da superfície da Nascente, Azshara reuniu seus mais poderosos seguidores altaneiros. Apenas com a união de seus poderes mágicos seria possível criar um portal grande o suficiente para Sargeras.

Com a batalha a devastar os campos incendiados de Kalimdor, uma reviravolta terrível ocorreu. Os detalhes desse acontecimentos se perderam no tempo, mas sabe-se que Neltharion, o Aspecto Dragônico da Terra, enlouqueceu durante um importante confronto com a Legião Ardente. Da couraça negra do dragão irromperam chamas e fúria, fazendo com que seu corpo se rompesse. O antigo Aspecto da Terra mudou o nome para Asa da Morte, se voltou contra os irmãos e fez recuar as cinco revoadas.

Tão destrutiva foi a súbita traição de Asa da Morte que as cinco revoadas jamais se recuperaram. Feridos e aturdidos, Alexstrasza e os nobres dragões foram forçados a abandonar os aliados mortais. Malfurion e os outros combatentes, agora em desvantagem numérica, sobreviveram ao morticínio por um fio.

Malfurion, convencido de que a Nascente da Eternidade era o cordão umbilical que ligava os demônios ao mundo físico, insistiu que fosse destruída. Seus companheiros, cientes de que a Nascente era a fonte de seu próprio poder e imortalidade, horrorizaram-se perante tão leviana ideia. Tyrande, no entanto, compreendeu a sabedoria da proposta de Malfurion e convenceu Cenarius e seus camaradas a invadir o templo de Azshara e destruir de uma vez por todas a Nascente.

A Cisão do Mundo

Ciente de que a destruição da Nascente significaria nunca mais poder manipular magia, Illidan, num arroubo de egoísmo, abandonou o grupo e alertou os altaneiros sobre o plano de Malfurion. Devido à insanidade causada pelo vício e ao ressentimento pela relação de seu irmão com Tyrande, Illidan não sentiu remorso algum em trair Malfurion e se aliar a Azshara e seus séquito. Acima de tudo, Illidan jurou proteger o poder da Nascente a qualquer custo.

Com o coração partido pela partida do irmão, Malfurion liderou os companheiros até o coração do templo de Azshara. Ao invadir a câmara de audiência principal, encontraram os altaneiros executando o sombrio encantamento final. O feitiço comunal produziu um vórtice instável de poder nas profundezas turbulentas da Nascente. A sombra imponente de Sargeras se aproximava cada vez mais da superfície, e Malfurion e seus aliados se lançaram ao ataque.

Azshara, advertida por Illidan, estava mais do que preparada para o embate. Quase todos os seguidores de Malfurion pereceram frente aos poderes da rainha insana. Tyrande, ao tentar atacá-la pelas costas, foi surpreendida pelos guardas pessoais da rainha. Embora os tenha sobrepujado, terminou gravemente ferida. Ao ver sua amada ao chão, Malfurion foi arrebatado por um ímpeto assassino e decidiu dar fim à vida de Azshara.

A guerra consumia o interior e o exterior do templo quando Illidan emergiu das sombras às margens da grandiosa Nascente. Tendo confeccionado um conjunto de recipientes especiais, ele ajoelhou-se e encheu cada um com as águas brilhantes da Nascente. Convencido de que os demônios esmagariam a civilização noctiélfica, ele planejava roubar a água sagrada e guardar a energia para si.

O decorrer da batalha entre Malfurion e Azshara lançou ao caos o feitiço cuidadosamente trabalhado dos altaneiros. O vórtice instável nas profundezas da Nascente explodiu, provocando uma reação em cadeia que dividiria o mundo para todo o sempre. A explosão colossal fez ruir o templo, lançando terremotos por toda a terra torturada. A terrível batalha entre a Legião e os elfos noturnos prosseguiu ao redor e acima da capital arruinada até que as águas cintilantes ascenderam e caíram sobre a própria Nascente, destruindo-a.

A catastrófica explosão fez partir a terra e manchar os céus.

Como consequência da implosão da Nascente, o esqueleto do mundo se partiu e as feridas abertas foram invadidas pelo mar. Quase oitenta por cento da superfície terrestre de Kalimdor foi fragmentada, deixando apenas um punhado de continentes separados em torno do mar violento que surgira. No centro do novo mar, onde antes havia a Nascente da Eternidade, restou uma tempestade tumultuosa de vagas furiosas e energias caóticas. A terrível cicatriz, conhecida como Voragem, não cessaria jamais seu turbilhão furioso, uma recordação permanente da terrível catástrofe… e da utopia perdida para todo o sempre.

De alguma forma, a Rainha Azshara e sua elite de altaneiros conseguiram, contra todas as expectativas, sobreviver ao ordálio. Torturados e corrompidos pelos poderes que haviam liberado, Azshara e seus seguidores foram arrastados para o mar voraz pela implosão da Nascente. Amaldiçoados e transformados, eles se tornaram as odiosas e serpentinas nagas. Tamanha fúria fez Azshara se expandir e tornar uma monstruosidade gigantesca, refletindo a malícia e a perversidade que sempre mantivera oculta em seu interior.

Nas profundezas da Voragem, as nagas construíram uma nova cidade, Nazjatar, de onde reconstruiriam seu poder. Mais de dez mil anos se passariam até que as nagas revelassem sua existência ao mundo da superfície.

O Monte Hyjal e a Dádiva de Illidan

Os poucos elfos noturnos que sobreviveram à terrível explosão se juntaram em jangadas rústicas e, após uma longa viagem, chegaram à única porção de terra que suas vistas alcançavam. Não se sabe como, mas, graças a Eluna, Malfurion, Tyrande e Cenarius sobreviveram à Grande Cisão. Os heróis, cansados, concordaram em liderar os sobreviventes e estabelecer um novo lar para seu povo. Conforme avançavam em silêncio, caminharam sobre os destroços de seu mundo e perceberam que suas paixões haviam sido a causa da destruição que os cercava. Embora Sargeras e sua Legião tivessem sido expulsos do mundo pela destruição da Nascente, caberia ainda a Malfurion e seus companheiros ponderar sobre o terrível preço da vitória.

Muitos altaneiros sobreviveram ilesos ao desastre. Junto a outros elfos noturnos, eles conseguiram chegar à costa. Apesar de Malfurion desconfiar das motivações dos altaneiros, ele estava satisfeito pelo fato de que eles não poderiam causar grandes problemas sem as energias da Nascente.

Assim que os elfos noturnos aportaram na costa da nova terra, viram que Hyjal, a montanha sagrada, havia sobrevivido à catástrofe. Buscando estabelecer um novo lar para si, Malfurion e o restante dos elfos noturnos subiram as encostas de Hyjal e chegaram ao topo cortado pelos ventos. Ao descerem o vale arborizado, aninhado entre os enormes picos da montanha, eles encontraram um lago pequeno e tranquilo. Para seu horror, perceberam que a água do lago havia sido conspurcada pela magia.

Illidan, que também sobrevivera à Cisão, havia chegado ao cume de Hyjal muito antes de Malfurion e dos elfos noturnos. Em meio ao empenho obsessivo em manter o fluxo de magia no mundo, Illidan despejara as preciosas águas da Nascente da Eternidade de seus recipientes no lago da montanha. As energias poderosas da Nascente entraram em ignição e amalgamaram-se em uma nova Nascente da Eternidade. Illidan estava extasiado. Ele acreditava que a nova Nascente seria uma dádiva para as gerações futuras e ficou chocado quando seu irmão foi atrás dele. Malfurion lhe explicou que o caos era inerente à magia e que o uso de tal poder levaria à corrupção e à guerra. Ainda assim, Illidan se recusou a renunciar aos poderes mágicos.

Plenamente consciente dos resultados vindouros das maquinações de Illidan, Malfurion decidiu cuidar da ambição doentia do irmão de uma vez por todas. Com a ajuda de Cenarius, Malfurion selou Illidan em uma caverna onde permaneceria preso e impotente até o fim dos tempos. Para certificar-se de que o irmão não conseguiria fugir, Malfurion concedeu a Maiev Cantonegro poderes para assumir a função de carcereira de Illidan.

Preocupados com a possibilidade de uma catástrofe ainda maior resultar da destruição da nova Nascente, os elfos noturnos a deixaram intocada. Contudo, Malfurion declarou que eles nunca mais praticariam as artes mágicas. Sob os olhos vigilantes de Cenarius, começaram a estudar as artes ancestrais do druidismo, que lhes permitiriam curar a terra devastada e fazer crescer mais uma vez suas amadas florestas aos pés do Monte Hyjal.

 

fonte: worldofwarcraft.com

 

Sobre Trey
Geek, Gamer, Aspirante a Game Designer e 3D Modeling.

2 Responses to A história de Warcraft – Capítulo I: Mitos – Parte 2

  1. Doordonot (Azralon) says:

    alguem pode me passar os links que vocês fizeram do How To de firelands, quero começar a quest da staff lendára ;xx

Deixe um comentário